Cidade do Vaticano, 15 out 2015 (Ecclesia) – O Papa defendeu uma maior ação da comunidade internacional para travar a “chaga” da perseguição religiosa, evocando em particular o “sofrimento dos cristãos”.

A posição é tomada numa mensagem enviada através do Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, à fundação de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), por ocasião da apresentação do relatório ‘Perseguidos e Esquecidos?’, sobre a perseguição aos cristãos no mundo.

O Papa Francisco “reza para que, quem tem autoridade para o fazer, lute diligentemente não só para erradicar a perseguição e a discriminação religiosa na sua própria nação mas também para procurar métodos mais eficazes para promover a cooperação internacional, para derrotar estas ofensas contra a dignidade humana e a liberdade religiosa”.

A mensagem enviada à AIS deixa votos de que “os homens e as mulheres de fé e de boa vontade possam mostrar o apoio aos seus irmãos e irmãs que sofrem em todo o mundo, oferecendo assistência espiritual e material”.

A fundação pontifícia divulgou esta terça-feira um relatório em que denuncia a “limpeza étnico-religiosa” contra os cristãos no Médio Oriente e regiões de África, alimentada pela “ameaça” de genocídio feita por grupos islâmicos.

O documento, enviado à Agência ECCLESIA, aborda o período entre 2013 e 2015, identificando situações de perseguição religiosa “extrema” na Arábia Saudita, China, Coreia do Norte, Eritreia, Iraque, Nigéria, Paquistão, Sudão, Síria e Vietnam.

Segundo o texto, 80% das perseguições são contra cristãos, “de longe o grupo religioso mais perseguido”, sublinhando-se o impacto crescente de extremismo em África e na Ásia.

O arcebispo católico de Alepo, D. Jean-Clement Jeanbart (greco-melquita), assina a apresentação do relatório: “Estamos “expostos à morte o dia inteiro’ e outros cristãos também estão. A jihad extremista varreu a Nigéria; no Sri Lanka, um outro tipo de extremismo religioso ataca minorias religiosas, incluindo cristãos”.

Para este trabalho, a Fundação AIS entrevistou sacerdotes, bispos, religiosas e leigos, compilou testemunhos de pessoas que vivenciaram casos de violência e consultou notícias publicadas pelos meios de Comunicação Social locais.