Comemorado no dia 19 de março de 2015, o Dia de São José nos lembra do esposo de Maria e pai terrestre do menino Jesus. O Santo é considerado o padroeiro universal das Igrejas Ortodoxa, Anglicana e Católica. É ainda o “Padroeiro dos Trabalhadores” porque foi um homem sincero e fiel a esposa e teve dedicação paternal ao filho de Deus.

Por isso neste dia especial falaremos um pouco da relação do trabalho e São José. Começamos com o tema do trabalho, que apresenta muitos problemas relacionados à sua compreensão. Há os que o considera um castigo, e sonham em não trabalhar. Quando Deus colocou no paraíso o homem recém-criado, deu-lhe a ordem: “Possuí e dominai a terra” (Gn 1,28). Portanto, o trabalho decorre da própria condição humana de criatura e da sua função no mundo. Para ser senhor, pontífice do universo, o homem tem que se submeter à lei do trabalho.

O trabalho faz parte da evolução cultural do homem, no decurso da história. Dominando a utilização do fogo e inventando instrumentos que lhe proporcionaram maior segurança e destreza, ele tem sido capaz de transformar o mundo. Mas os recursos incomensuráveis, que o foram encontrados têm que ser usados de acordo com destinação determinada por Deus. Explorar a terra e o mundo criado, contra a sua finalidade, é ir contra o próprio Criador.

Defendendo a dignidade do trabalho, olhamos para São José. Ele era de família nobre, da descendência de Davi, mas foi um simples trabalhador, conforme nos ensina a própria Tradição. Segundo o termo usado por São Marcos, José era “operário”, o que englobava, na época, os ofícios de marceneiro, ferreiro e pedreiro. São José era versado em todos eles. Segundo os critérios atuais, nós o classificaríamos como um trabalhador qualificado. Exerceu o seu ofício não só em Nazaré da Galiléia, mas também no Egito, durante o tempo em que a Sagrada Família lá esteve exilada, fugindo de Herodes.

A beleza do trabalho, feito por José e por Maria, foi imitada pelo próprio Filho de Deus, de quem José era o pai adotivo. E nisto nós reconhecemos uma das grandezas deste homem extraordinário: ensinar ao Menino-Deus a arte de construir casas e fazer móveis, atividade silenciosa, que Ele quis exercer durante um período de 20 a 25 anos, dentre os 33 que viveu na terra. Por isso José, chamado “O Justo”, é modelo dos operários. Trabalhava por amor a Cristo e a sua esposa, Maria Santíssima.

Se não tivermos amor àquilo que fazemos, nosso trabalho não vai resultar de forma positiva. Até a nossa missão de padres e de bispos, se não a desempenharmos com alegria e como doação ao povo que nos foi confiado, não atingirá sua finalidade.

Peço que São José, o bom, justo e santo operário, interceda pelos desempregados, pelos que recebem salários injustos, pelos aposentados com rendimentos indignos, pelos que subsistem na instabilidade da economia informal, e pelos que vivem ao relento, sem sequer uma moradia. Que sobre todos, especialmente os mais necessitados, venha a bênção e a proteção de São José, padroeiro dos operários. Que todos eles, sem distinção, contem com nossa simpatia e solidariedade!

Trecho retirados do texto disponível em – www.zenit.org/pt.