Nesta data celebramos junto a Padroeira dos músicos, Santa Cecília, o valioso contributo do canto e da música para a evangelização e inculturação da fé. Se associou sempre esta santa a música, porque no dia do casamento em quanto era tocada uma música pagã e profana Cecília entoava em seu coração um hino de amor e consagração a Jesus seu verdadeiro esposo.

Também porque como foi imortalizada na estátua funerária de Maderno, morreu mostrando com um dedo de uma mão a Unidade de Deus, e nos três dedos da outra mão a Trindade Santa, pois havia sido degolada e não tinha mais voz. Seu testemunho nos mostra a importância e excelência que deve ter a música sacra para glorificar a Deus, e elevar os corações da comunidade cristã. É uma música serva no sentido de acompanhar a Palavra, funcional no sentido de obedecer ao ritmo da celebração, solene e virtuosa pois está destinada a liturgia sagrada.

Muitas vezes esquecemos que estas características que pautam a pastoral do canto litúrgico nas celebrações, não podem ser substituídas pelo protagonismo de certos “ministérios de música”, que se tornam auto referenciais no culto e privam assim da participação a assembléia, descentrando a liturgia, ocultando ou escamoteando a quem é o sujeito e o ministro principal da celebração cristã: Jesus Cristo o Eterno Sacerdote. Não é licito converter a adoração num show e a celebração num espetáculo atraente por efeitos especiais e pela performance de cantores pops.

Santa Cecília nos ensina a interioridade e a fé que deve inspirar e iluminar o canto litúrgico que segue leis especificas e adapta-se ao teor e finalidade de cada momento da celebração. Por isso os instrumentos se sujeitam e se harmonizam para apoiar, acompanhar e sustentar o canto, que por sua vez segue a Palavra e o Rito. Não gostaria de deixar de lado o ultimo gesto de Santa Cecília, expressar com o gesto dos seus dedos a sua profissão de fé silenciosa.

Esta faltando silêncio nas Igrejas, um Templo de Deus além de nos trazer e elevar para o canto dos anjos do céu, deve nos envolver no silêncio fértil e fecundo que torna a Palavra escutada e aceita no coração. Que Santa Cecília nos ajude a renovar nossa Pastoral do Canto Litúrgico, tornando as celebrações mais belas, mais santas e mais adoradoras. Deus seja louvado!

Fonte: CNBB