MECE – MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA COMUNHÃO EUCARÍSTICA

O serviço litúrgico dos ministros extraordinários da comunhão eucarística deve ser entendido como expressão do cuidado pastoral para promover a devoção ao mistério eucarístico.

A designação “Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão” (também designada por “Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística”) pode ser encontrada na “Instrução acerca de algumas questões sobre a colaboração dos fiéis leigos no sagrado ministério dos sacerdotes”, redigida pela Congregação para o Clero e outros sete dicastérios da Cúria Romana (cf. Disposições práticas, parágrafo 8).

São chamados “extraordinários” porque existem os ministros ordinários – o diácono, o presbítero e o bispo. A distinção entre o ministro ordinário e o ministro extraordinário está no fato de que o ordinário é ordenado, enquanto o extraordinário é instituído. Assim sendo, o ministério extraordinário supre as carências do ministério ordinário naquilo em que não se exige o que é próprio do sacramento da Ordem.

 

Origem do Ministério

Os ministros extraordinários da comunhão surgiram na Igreja Católica após o Concílio do Vaticano II, como resposta à escassez de ministros ordenados (padres e diáconos) e, à necessidade de pessoas que pudessem auxiliá-los na distribuição da comunhão em diversas circunstâncias.

A ideia do papel destes ministros surgiu de um vigário da cidade de Bambuí, José da Paixão Nunes Coelho, em Minas Gerais na década de 60 que pediu ao Bispo de Luz, Dom Belchior, que levasse uma carta na qual falava da necessidade de leigos ajudarem na comunhão já que se encontravam sobrecarregados constantemente por tal tarefa.

 Em 1965, quando aconteceu o Concilio Vaticano II, Dom Belquior levou a proposta para os Padres, Bispos e Cardeais conciliares que estavam participando do mesmo. A ideia foi bem acolhida, porém, não foi bem aceita por muitos católicos tradicionalistas.

Na Arquidiocese de Maringá foi instituída por Dom Jaime Luiz Coelho.

Escolha e preparação dos ministros extraordinários da comunhão

Os ministros extraordinários da comunhão eucarística são escolhidos pelo pároco e lideranças da sua paróquia. Devem ser pessoas cristãs, idôneas, de boa índole e muita espiritualidade, caridosas, sempre prontas a servir, inseridas na respectiva comunidade, servindo em um movimento ou pastoral.

Os candidatos, antes de assumirem as suas funções, recebem uma formação litúrgica e doutrinal, para aprenderem o manuseio dos vasos sagrados, que lhes permita exercer a sua função com a máxima dignidade e decoro. Após a formação e bem preparados, os candidatos são admitidos no ministério. O pároco pede a provisão ao Senhor Bispo e logo após acontece a investidura. Normalmente, a função é atribuída por um determinado prazo, que geralmente pode ser renovado.

Funções dos ministros extraordinários da comunhão:

  • Distribuição de comunhão nas missas;
  • Exposição do Santíssimo Sacramento para adoração dos fiéis (não podem dar a benção com o Santíssimo).
  • Atender os doentes* que não tem condição de participar nas missas presenciais, levando até eles a comunhão, o Corpo de Cristo – incluindo a visita aos doentes nos hospitais (Pastoral dos hospitais – Hospitais São Marcos, Maringá e Memorial).
  • Administração do viático* (viaticum – significa o caminho que leva ao céu, ou seja, a entrada, após a morte, na vida eterna): Levar eucaristia aos fiéis que pertence a paróquia, que estão prestes a morrer ou moribundo. Esta prática é realizada desde a antiguidade;

 * Para esses atendimentos, bem como aos idosos, acamados, dentre outras situações, surgiu a necessidade de se conservar o pão consagrado fora da missa, a Reserva eucarística, que é mantida nos Sacrários.

O Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística exerce um ministério. É um servidor consciente de que sua preocupação deve estar voltada para uma relação íntima entre o ministério, Jesus e a comunidade. Sendo então o Ministro um servidor, ele se doa e “empresta” seus pés e se dispõe a caminhar para a comunidade, até aquele que busca a Jesus, fazendo chegar até ele a força do Pão Vivo, a Eucaristia, com a responsabilidade de dar atenção e ser a presença viva do próprio Jesus.

Escrito por Sueli Davanço – Coordenadora da MECE da Catedral