A política está aí, é assunto em todas as mídias. Todos, de alguma maneira, tomam conhecimento do tema; muitos expõem seus pontos de vista de forma parcial, ou até mesmo com discursos “apaixonados” carregados de preconceitos e de raiva. Muitos cristãos afirmam que “política é coisa de político” e fortalecem, assim, a ideia de que política e religião não devem ser misturadas. Mas como pode o cidadão exercer sua cidadania deixando de ser cristão? Não pode! A participação política é importante e necessária para todos os cidadãos, principalmente para os cristãos conscientes e convictos dos valores do Evangelho.

A Catequese deve transmitir fielmente os valores vividos por Jesus, anunciados em seu Evangelho e transmitidos pelo testemunho dos seus apóstolos. Olhemos para Jesus: sempre ao lado dos que eram abandonados pelas autoridades, Ele promovia com suas atitudes o bem comum e preocupava-se em restabelecer a dignidade das pessoas. Jesus não foi um político partidário em seu tempo, mas mostrava como devemos agir em favor do bem comum. E a política não tem como base de suas ações o bem comum de todos os cidadãos?

Mas vamos falar sobre política no grupo de catequese com adultos? Sim! Não dá para ignorar o que acontece no país – ou o tão falado princípio da interação fé e vida seria deixado de fora da nossa prática catequética. Como catequistas, somos chamados a anunciar o projeto de Jesus Cristo: uma sociedade justa e fraterna, na qual as diferenças sejam respeitadas e a violência dê lugar à tolerância.

Cabe conversar no encontro de catequese: tratamos da política à luz dos valores cristãos ou como pessoas que não conhecem Jesus Cristo? O anúncio das bem-aventuranças (Mt 5,1-12) favorece uma boa discussão sobre o tema; também o texto que está em Mt 7,1-5 pode ser o fio condutor do encontro.

Precisamos convidar nossos catequizandos a olhar para a realidade com os olhos da fé, sem intolerância e sem pré-julgamentos (atitudes que não fazem parte da prática cristã!). Precisamos dar esperança de um futuro em que a justiça prevaleça e posições políticas distintas possam ser discutidas com base em argumentos, sem agressões e com respeito, tendo em vista o bem de todos. Precisamos exigir justiça, disseminando amor, paz, compreensão, tolerância e misericórdia. Como nosso Mestre…