Transcrição de um artigo publicado no Informativo Paroquial da Comunidade Paroquial Cristo Ressuscitado pelo Padre Júlio Antônio da Silva (Ano 05 – nº 69 – 15 de novembro a 15 de dezembro, 2012).

“Uma embaixatriz do Brasil em Roma, numa entrevista a uma célebre revista de grande circulação nacional disse: “Estar bem vestida é uma forma de respeito com você mesma e com o próximo. Para ser elegante é preciso, acima de tudo, ser apropriada em todas as horas e atitudes.” Está convencida a embaixatriz que as vestimentas são questão de bom gosto e de bom senso, mais que uma questão de ter roupas caras e desajeitadas para os ambientes.

Para sentir-se confortável dentro de uma roupa, muito mais que prestar atenção na moda, que é passageira, devemos nos prender às questões como idade, tipo físico, peso e o perfil da pessoa. Assim, fugiremos de um consumismo e modismo que levam muitas pessoas a um novo tipo de escravidão de marcas e modelos.

Vivemos num país tropical. O calor aqui é intenso. É o verão tropical! Neste período do ano, algumas pessoas ficam quase que despidas. Fazem questão de mostrar grande parte de corpos bronzeados, torneados, malhados e sarados. É o culto ao corpo, tão em voga em nossos tempos! Se cobradas dessa postura, reclamam do direito individual sobre seu próprio corpo. Dizem: “O corpo é meu, eu faço o que bem entendo com ele”… É desconfortável ouvir isto. Pois, para quem crê, o corpo é morada de Deus ou o templo de Deus. Portanto, ele pertence a Ele. Não é nosso. Somos meros administradores desse composto. Ele foi feito como receptáculo e instrumento de graça e vida divinas. Ele é um mecanismo para estabelecer belas e sadias relações entre as pessoas… Desta forma, devemos administrar o corpo com dignidade, afeição, cuidado e respeito em vista do bem pessoal e do bem dos outros que nos circundam.

A roupa, como extensão do nosso corpo, marca a visão que temos do corpo como elemento e composto relacional. Ela é um sinal evidente do modo como enfeitamos a morada ou o templo ambulante de Deus. É por isso que os mais antigos distinguiam uma roupa própria para ver Deus, isto é, classificavam roupas belas, solenes, distintas, discretas e sóbrias para o culto divino e comunitário. Era a roupa de Missa.

Ninguém quer ser nem careta, nem quadrado, nem redondo. Menos ainda, puritano ou fora de época. E sem nenhuma intenção de determinar o que cada um deve vestir para vir à igreja. Mas é bom lembrar que para cada ambiente há um traje próprio. Com certeza, ninguém vai a um casamento chic de bermuda e chinelão. Ninguém vai a uma balada com roupas excessivamente formais… Não seria conveniente adequar nosso visual também ao ambiente religioso, na direção de uma postura apropriada ao espaço sagrado?”