Iniciamos a Quaresma.
Ingressamos no tempo de penitência, exame de consciência e mudança de vida/conversão.
A Quaresma é o Tempo Litúrgico que nos lembra firmemente a necessidade de deixarmos de praticar pecados.
Mas, afinal, concretamente, como podemos entender o que é o pecado buscando fazer nosso exame de consciência com vistas à confissão?
Para recordarmos os ensinamentos da nossa Santa Igreja precisamos sempre nos socorrer do que está apresentado no Catecismo da Igreja Católica.
O Catecismo da Igreja Católica define o pecado (Artigo 8, II, parágrafo 1849) como sendo:

“…uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana. Foi definido como ‘uma palavra, um ato ou um desejo contrários à lei eterna.”

 

Ainda no artigo 8, inciso III, parágrafo 1852 do C.I.C., o pecado assim nos é apresentado:

“A variedade dos pecados é grande. As Escrituras nos fornecem várias listas. A Carta aos Gálatas opõe as obras da carne ao fruto do Espírito: “As obras da carne são manifestas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, rixas, ciúmes, ira, discussões, discórdia, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos previno, como já vos preveni: os que tais coisas praticam não herdarão o Reino de Deus” (5, 19-21)”

 

O C.I.C. também aponta duas espécies de pecado (pecado mortal e pecado venial) que derivam do grau de gravidade de nossas ações (Artigo 8, IV, parágrafo 1854).

Sobre o pecado mortal, no parágrafo 1855, encontramos vários esclarecimentos:

“O pecado mortal destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave da lei de Deus; desvia o homem de Deus, que é seu fim último e sua bem-aventurança, preferindo um bem inferior.

O pecado venial deixa subsistir a caridade, embora a ofenda e fira.”

 

Nos parágrafos seguintes podem ser pinçados alguns ensinamentos chave que nos conduzem a entender o que é um pecado mortal:

“É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente” (parágrafo 1857);

“A matéria grave é precisada pelos Dez mandamentos, segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: “Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe (MC 10,19) (parágrafo 1858);

– “Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso” (parágrafo 1861)

 

No tocante ao pecado venial, o C.I.C. revela que:

– “Comete-se um pecado venial quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita pela lei moral, ou então quando, se desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem pleno conhecimento ou sem pleno consentimento” (parágrafo 1862);

– “O pecado venial enfraquece a caridade; traduz uma afeição desordenada pelos bens criados; impede o progresso da alma no exercício das virtudes e a prática do bem moral; merece penas temporais. O pecado venial deliberado e que fica sem arrependimento dispõe-nos pouco a pouco a cometer o pecado mortal. Mas o pecado venial não quebra a aliança com Deus” (parágrafo 1863).

 

Por fim, o parágrafo 1876, estabelece a seguinte realidade:
“A repetição dos pecados, mesmo veniais, produz os vícios, entre os quais avultam os pecados capitais.
Concluindo essa breve transcrição de parágrafos do C.I.C., devo ressaltar que o tema é de grande importância dentro do depósito da fé católica e essa postagem não comporta a vastidão da matéria.
É apenas uma semente que deverá ser germinada em nossos corações, para que busquemos estudar e conhecer mais a doutrina de nossa Igreja Católica.
Fraternalmente,
J.L.