Nos encontros da catequese, gosto de introduzir a reflexão sobre as Bem-aventuranças recorrendo à uma homilia do Pe. Almeida (vigário na Catedral):

Duas senhoras conversavam durante uma viagem de trem; uma delas disse: “Quando eu era jovem, sonhava com meu casamento. Nem tinha noivo ainda, e já sonhava com esse dia. Eu pensava: quando eu me casar, vou ser muito feliz! Eu me casei e, graças a Deus, me casei muito bem. Mas, comecei a desejar outras coisas, não me sentia totalmente satisfeita. Comecei a querer uma filha para minha felicidade ser completa. E nasceu a Ana. Deus foi muito bom comigo e meu marido! Mas, com o tempo, eu percebi que não era suficiente ter a Ana… eu queria vê-la frequentando a melhor escola. E graças a Deus ela está em uma boa escola, e é excelente aluna. Eu acho que quando ela se formar eu ficarei plenamente feliz, vou ficar em paz por ver meus desejos satisfeitos.” Pensei: pobre mãe, que ingenuidade pensar que quando a filha se formar ela vai parar de desejar alguma coisa! Quando a Ana se formar ela vai querer um bom emprego para a filha, um bom marido, netos, uma boa escola para os netos, … Ela pensa que ser feliz é chegar a um lugar ou a uma situação, é conquistar algo. Ela não se deu conta de que felicidade não é uma estação à qual chegamos, mas é um modo de viajar… Cada pessoa tem seu jeito, seus talentos e seus limites para essa viagem. O importante é viajar na prática da fé.

Se perguntarmos aos nossos catequizandos “quem são os santos”, eles dirão “são aqueles que nunca pecaram”. E sempre se espantam ao ouvirem que todos nós somos chamados à santidade: “Sede santos porque eu sou Santo!” (Lv 11,44).  Jesus é nosso modelo e Ele nos dá pistas concretas de como viver essa vocação: as Bem-aventuranças! Santo é aquela pessoa que faz o bem, interessa-se pelos outros, sabe perdoar. As Bem-aventuranças são uma proposta de agir para quem busca a santidade.