A paz de Jesus!
Segue abaixo o texto fornecido pela Coordenadora MARIA DE FÁTIMA CAVALARO a respeito da Ascensão do Senhor que será celebrada no próximo domingo (16-05-2021).
“Fontes históricas e origens da solenidade
Os Evangelhos falam pouco da Ascensão: Mateus e João terminam suas narrações com a
aparição de Jesus depois da Ressurreição; Marcos dedica-lhe a última frase do texto,
enquanto Lucas descreve muito mais, principalmente nos Atos dos Apóstolos.
Nos Atos, Lucas detalha que 40 dias depois da Páscoa – um número muito simbólico em
toda a Bíblia – Jesus conduz os apóstolos para Betânia e ao chegar no Monte das Oliveiras
(chamado por isso Monte da Ascensão) os abençoa e fala a todos antes de subir ao céu e
retornar ao Pai. Neste discurso Jesus confirma a promessa da vinda do Espírito que não
os deixará sós e prefigura a sua segunda vinda, no final dos tempos.
A celebração da Ascensão tem origens antigas e é testemunhada tanto por Eusébio de
Cesareia como pela peregrina Egéria, e é influenciada pela tradição judaica como por
exemplo na imagem da “subida” para Deus não apenas física – embora catedrais e
mosteiros estejam quase sempre em posições elevadas – mas também espiritual,
entendida como purificação e recolhimento para escutar a sua Palavra. Inicialmente era
celebrada em Belém para evidenciar que tudo tinha começado ali e era unida à festa de
Pentecostes, celebrada na tarde do mesmo dia.
Mas no século V-VI já estavam separadas como demonstram São João Crisóstomo e
Santo Agostinho que dedicaram várias homilias à Ascensão.
O significado da Ascensão
Retornando ao Pai, Jesus conclui um ciclo, que atravessou a sua existência humana para
voltar aos céus, mesmo permanecendo vivo e presente na Igreja. Mas é graças ao
momento da Ascensão que esta dicotomia entre céus e terra é superada: Jesus parte, mas
apenas precede – como um irmão, como um rei e como o Filho predileto -, todos os
homens no paraíso, ali onde está Deus.
Como um homem, Jesus tinha descido aos infernos para salvar Adão e assim, com a
Ascensão, reitera mais uma vez que o céu é o destino que o homem deve almejar, a
santidade, resumindo o sentido do mistério da Encarnação e o objetivo final da salvação.
A glorificação da natureza humana, encarnada pelo Verbo em toda a sua pobreza e mais
tarde, elevada aos céus por Ele, é muito bem explicada em várias orações da tradição
bizantina nas quais superar-se a disputa entre céu e terra.
“À direita do Pai”
Há muitos pontos, dentro dos Evangelhos, nos quais Jesus prefigura o que acontecerá na
Ascensão, por exemplo na Última Ceia, quando anuncia “vou ao Pai”. E o lugar à direita
do Pai é, justamente, o lugar de honra, o Filho predileto que por amor se fez carne, morreu
e ressuscitou para salvar a humanidade.
Aquele lugar é seu para sempre, porque Jesus antes de ser um homem é Filho do Pai e
junto d’Ele tem a glória eterna. Portanto, Jesus sobe aos céus para dar início ao reino que
não tem fim, mas também para preparar o nosso lugar no céu.
Se Jesus não retornasse ao Pai nos céus, não haveria redenção nem salvação para o
homem: de fato, só assim Ele completa a Sua Ressurreição enviando ao mundo, em
seguida, o Consolador.”
(VATICAN NEWS)