A Catedral é o maior monumento e o símbolo mais conhecido de Maringá, constituindo-se em ícone da cidade. Teve sua construção iniciada em julho de 1959. A primeira solene missa, com a qual se deram por concluídas as obras, aconteceu no dia 10 de maio de 1972, jubileu de prata da cidade e 10º aniversário de instalação da Diocese. Restavam ainda alguns pormenores a serem ultimados.

O projeto foi idealizado por Dom Jaime Luiz Coelho, ainda em 1957, ano de sua posse como primeiro bispo de Maringá. Ele trouxe de Ribeirão Preto, de onde viera, a ideia de uma Catedral imitando o ginásio de esportes da Cava do Bosque, daquela cidade. Em Maringá, porém, mudou de ideia ao ver uma foto publicada em jornal de São Paulo. Era o tempo da corrida espacial disputada por norte-americanos e soviéticos na busca da primazia por lançar um satélite além da órbita da Terra. A foto seduziu Dom Jaime. Mostrava dois funcionários da Martin Company inspecionando a ogiva de proteção de um satélite piloto, que os norte-americanos, em breve, lançariam ao espaço. A foto estampava, em linhas gerais, aquilo em que se tornaria a Catedral de Maringá. Com uma caneta, o bispo desenhou no vértice da figura as hastes de uma cruz e imaginou, abaixo, os cones das capelas. Estava descoberto o modelo de sua futura Catedral. Dr. Hermann de Moraes Barros, diretor-gerente da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, apresentou-lhe, em São Paulo, o arquiteto José Augusto Bellucci, que deu os traços técnicos definitivos para o projeto da sua nova e ousada igreja.

Por feliz coincidência, ao seu projeto de lançamento de artefatos (dez ao todo) ao espaço, os soviéticos deram o nome de “Sputnik”, o primeiro dos quais, Sputnik 1, foi lançado no dia 4 de outubro de 1957, tomando a dianteira aos norte-americanos. Sputnik significa “aquele que se afasta da terra para elevar-se às alturas”. Dom Jaime viu nesse significado o exato sentido das linhas arrojadas da Catedral de Maringá: ela é um convite aos homens a se desprenderem dos valores terrenos para se elevarem ao céu na busca de Deus. Por isso ele sempre insistiu em associar a Catedral de Maringá ao Sputnik. Ela lembra o Sputnik pelo seu sentido, não pela origem do seu projeto. O projeto inspirou-se, na verdade, num modelo de artefato espacial norte-americano.

Com 124 metros de altura (somente a cruz tem 10 metros), era, ao final do século XX, o 10º monumento mais alto do mundo, e o 2º da América Latina. De forma cônica, possui diâmetro externo de 50 metros e uma nave circular com diâmetro interno de 38 metros.
Visando melhorias por causa das infiltrações havidas ao longo dos anos, a Catedral tem passado por inúmeras reformas em sua estrutura. As obras envolvendo a correção de ferragens e do concreto já foram finalizadas entre o 10º piso e a base da cruz. Nestes pavimentos superiores foi inteiramente concluída a recuperação estrutural das paredes e do piso.
A reforma é aguardada desde 2001, quando se fez um estudo para correção das falhas. Lamentavelmente, por falta de recursos, não se implementaram, na época, as obras. Entre os problemas encontrados figuram infiltrações nas paredes e ferragens expostas, em processo de oxidação. Atribui-se o fato à tecnologia da época da construção, que não garantiu a perfeição hoje possível a construções do gênero.

O mirante da Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória deve permanecer fechado ao público pelos próximos anos, não havendo previsão para sua abertura, apesar do desejo do pároco, de toda a população maringaense e dos milhares de visitantes.