Em uma de suas homilias, das Missas que presidiu no mês de outubro de 2013, na Casa Santa Marta onde reside, o Papa Francisco afirmou que a Missa não é um evento social, mas uma festa em que Deus se faz presente e não pode ser “domesticada” pelo hábito.

O Papa afirmou que “toda semana vamos à igreja, ou quando alguém morre, vamos ao funeral… e essa memória, muitas vezes, nos aborrece porque não é próxima. É triste, mas a Missa muitas vezes se transforma em um evento social e não estamos próximos da memória da Igreja, que é a presença do Senhor diante de nós“.

Quando a memória se torna distante, acrescentou o Papa, “transforma-se em lembrança; mas quando se faz próxima, transforma-se em alegria e esta é a alegria do povo”. Isto, disse também, constitui “um princípio da nossa vida cristã”. Quando a memória se faz próxima, reafirmou, “faz duas coisas: aquece o coração e dá alegria”.

“E esta alegria é nossa força. A alegria da memória próxima. Por outro lado, a memória domesticada, que se afasta e se converte em uma simples lembrança, não aquece o coração, não nos dá alegria e não nos dá força. Este encontro com a memória é um evento de salvação, é um encontro com o amor de Deus que fez história conosco e nos salvou; é um encontro de salvação. E é tão bom ser salvos, que é preciso festejar”.

O Pontífice ressaltou que quando Deus vem e se aproxima sempre há festa. E “muitas vezes –constatou– nós os cristãos temos medo de festejar: esta festa simples e fraterna que é um dom da proximidade do Senhor”.

“A vida”, acrescentou, “nos leva a afastar esta proximidade, e a manter somente a lembrança da salvação, não a memória que está viva”. A Igreja tem a “sua memória” que é a “memória da Paixão do Senhor”. “Também conosco acontece que afastamos esta memória e a transformamos em uma lembrança, em um evento habitual”.

Para concluir o Papa Francisco alentou a pedir ao Senhor “a graça de ter sempre a sua memória perto de nós, uma memória próxima e não domesticada pelo hábito, por tantas coisas, e distanciada numa simples lembrança”.

Colaboração: Eduardo Leite