Natal é para nós ocasião única de renovar a fé na encarnação do Filho de Deus. Comemoramos nesta data a manifestação grandiosa do amor misericordioso de Deus: Ele veio até nós para nos elevar até Ele! A festa é de luz e esperança!

O mais comovente é que Ele veio na pobreza e simplicidade. Já de início deu esta lição, difícil de ser assimilada. A lição que Ele nos dá é que “sem a gramática da simplicidade nós não podemos nos aproximar e adentrar o mistério”, como disse o papa Francisco no Rio de Janeiro em seu encontro com os bispos brasileiros.

A palavra que a Igreja deve anunciar ao mundo é esta: Deus se fez carne a veio morar entre nós; Jesus, o Filho de Deus é semelhante a nós em tudo, menos no pecado: “Nele habita a plenitude da divindade” (Cl 2,9). E todos nós cristãos, atestamos e testemunhamos este amor misericordioso de Deus quando vivemos o Evangelho.

Viver o Evangelho é dar primazia ao amor. Deus não perguntou se a humanidade era digna de recebê-lo. Ele veio primeiro na sua encarnação, depois ele ensinou o evangelho da vida. A justiça humana julga o homem pelo seu passado amarrando-o a este passado, muitas vezes de faltas e pecados. A justiça de Deus, seu amor por nós, pelo contrário, dá um voto de confiança impelindo para o futuro e enchendo-nos de esperança.

Recebamos com gratidão o dom de Deus: o menino Jesus, adorado por Maria, José e os pastores na gruta de Belém. A grandeza desta cena ultrapassa nossa imaginação, e nos puxa para dentro do mistério cósmico da presença misteriosa de Deus em tudo. A confusão no mundo é grande, mas muito maior é a nova ordem da graça, estabelecida por Deus a partir de Jesus seu filho que se fez um de nós. Sabemos pela fé que para Deus tudo é possível e mal não vencerá: a última palavra é da vida!

Primeiro vem a adoração de José e Maria, depois vem o canto dos anjos, anunciando o nascimento do menino Jesus. Que possamos também celebrar primeiro com amor a nossa fé, comemorando o aniversariante. Depois comemorar com os parentes e amigos nas festas natalinas. Que estas comemorações possam ser inclusivas. Chame alguém que esteja só, ou que não tem como comemorar, sua festa se enriquecerá com a presença do Senhor.

Não tenham medo de remar contra a corrente, disse o papa Francisco aos jovens no memento do Angelus em 23 de junho de 2013: Não tenham medo de remar contra a corrente, quando vos querem roubar a esperança, quando vos propõem valores estragados, como comida azedada que acabam fazendo mal.

O grande dom que o menino Jesus nos trás, o verdadeiro presente de natal é a esperança: “Ninguém pode viver sem esperança, os que perdem a esperança se tornam selvagens e malvados” (D. Bonhoeffer). Feliz Natal!

Fonte: CNBB